Análises físico-químicas

Análises físico-químicas e microbiológicas de efluentes: o que são e como realizar

Ao longo dos anos, o desenvolvimento industrial acarretou o aumento de consumo de água e de novos materiais para otimização dos processos como, por exemplo, dos produtos químicos. Como consequência, originou um maior volume de resíduos e geração de efluentes. Nesse contexto, as análises físico-químicas e microbiológicas de efluentes são fundamentais para evitar a poluição hídrica.

A seguir, vamos explicar como são feitas essas análises e porque são tão importantes. Boa leitura!

O que é poluição hídrica?

A poluição hídrica pode ser descrita como qualquer variação física, química ou biológica de qualidade da água de corpos receptores. Como consequência, ocorre a perda de condições aquáticas favoráveis à vida animal e vegetal.

Isso acontece devido à grande quantidade de despejos industriais realizados diariamente, com composição extremamente variável, dependente da natureza e porte da indústria. Todos esses despejos líquidos provenientes das áreas industriais são denominados efluentes.

Por muito tempo não houve rigidez quanto aos critérios e padrões de lançamento desses efluentes em mananciais hídricos receptores. Porém, nos últimos anos as indústrias se tornaram responsáveis pelos seus efluentes despejados no meio ambiente.

Ou seja, cada empresa deve avaliar as características dos efluentes e avaliar seus impactos ambientais. Feito isso, devem promover o tratamento adequado dos efluentes antes do descarte.

O Tratamento

Em estações de tratamentos de efluentes (ETE), há diversos processos e etapas para o tratamento de águas residuais. Cada uma delas deve ser planejada de acordo com a carga poluidora dos efluentes.

Para controlar a eficiência das ETEs são realizadas as análises físico-químicas e microbiológicas dos efluentes, por meio de amostras coletadas antes e depois dos estágios de tratamento.

Por meio desses estudos é possível atribuir aos efluentes características físico-químicas (como pH, temperatura, turbidez, etc) e microbiológicas. Os resultados  dessas análises tornam possível o controle dos efluentes para descarte em corpos d’água de acordo com as exigências das legislações.

Isso porque os testes e ensaios oferecem resultados com alta complexidade de parâmetros para determinar a qualidade dos efluentes tratados e identificar possíveis contaminações.

Portanto, é de extrema importância que empresas façam a análise dos efluentes, brutos e tratados,  para garantir a preservação da saúde da população e do meio ambiente.

Esses processos são fundamentais para a regulamentação das empresas que obedecem às normas rigorosas de órgãos competentes. Além disso, o controle de qualidade do tratamento de efluentes também promove o uso consciente dos recursos naturais como, por exemplo, através da prática do reuso.

Como são feitas as análises físico-químicas e microbiológicas de efluentes?

O tratamento de efluentes tem como objetivo realizar a recuperação de líquidos contaminados, oriundos de processos industriais e domissanitários. Dessa forma, é possível realizar o descarte correto ou a reutilização dos efluentes tratados, garantindo a preservação do meio ambiente.

O processo de tratamento deve ser feito por empresas especializadas, que contam com equipamentos, profissionais capacitados e laboratório de análises físico-químicas e microbiológicas.

Assim é possível, com precisão, verificar todas as demandas e condições dos efluentes a serem tratados, identificando-se qual é o melhor tratamento para os efluentes gerados e seus contaminantes. Os processos de análises, de modo geral, são realizados a partir da coleta e amostragem e, por fim, a análise de dados.

Coleta e amostragem

A primeira etapa consiste em coletar um volume suficiente de efluentes, bruto e tratado, para avaliação. Em seguida, as amostras devem ser transportadas e conservadas de forma adequada até a chegada ao laboratório.

Para isso, é necessário o uso de frascos específicos e a adoção de volumes mínimos de amostras para execução das análises.

A coleta e o seu armazenamento são etapas fundamentais no monitoramento da qualidade e na confiabilidade dos resultados. Por isso, deve ser realizada por uma equipe capacitada.

Assim, é possível garantir que haja segurança na preservação da substância, que é essencial para maior exatidão no resultado.

A partir das análises físico-químicas dos efluentes coletados é possível avaliar o, pH, turbidez, a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), entre outros parâmetros legais exigidos. Já a partir das análises microbiológicas, são diagnosticadas a diversidade das biotas de microrganismos existentes nos sistemas biológicos de tratamento, a eficiência de suas atividades de degradação de material poluente e a qualidade do lodo produzido por elas.

Análise de dados

Os teores determinados nas amostras analisadas são comparados aos padrões estabelecidos por resoluções legais. Para isso, há uma série de técnicas analíticas que são capazes de identificar os componentes presentes em determinada amostra. 

O aspecto mais importante é assegurar que os dados e resultados obtidos tenham a melhor qualidade possível, garantindo a exatidão do processo.

Vale ressaltar que a análise e tratamento dos efluentes devem ser executados em conformidade com as legislações legais. Dessa maneira, seu descarte em corpos hídricos é feito com o mínimo de impacto ambiental, de forma segura e com qualidade.

Além disso, os processos de análises de efluentes se aplicam aos mais diversos empreendimentos e necessidades, sejam industriais, comerciais, residenciais, de serviços, hospitalares, entre outros segmentos que consomem água e geram efluentes.

Estações públicas de tratamento também devem realizar as análises de efluentes.

Métodos de análises

Os métodos utilizados para a obtenção dos resultados analíticos são executados a partir do atendimento às especificações de normas nacionais e internacionais. A seguir, vamos explicar os métodos de análises físico-químicas e microbiológicas.

Análise físico-química de efluentes 

Como já falamos anteriormente, as análises físico-químicas de efluentes avaliam os aspectos físicos a partir de parâmetros como pH, cor, turbidez e odor. Já o método químico determina o grau de contaminação e o equilíbrio bioquímico, avaliando DBO, DQO, presença de metais pesados, entre muitos outros parâmetros legais.

Dependendo das características em que se encontram, os efluentes podem contaminar o meio ambiente, incluindo águas superficiais, lençóis freáticos e o solo. Por isso, antes do descarte, as análises físico-químicas devem ser realizadas para observar a presença de substâncias poluentes e contaminantes.

A partir dessas análises é possível verificar a qualidade e a causa da contaminação, indicando o tratamento mais adequado.

Análise microbiológica de efluentes 

A análise microbiológica de efluentes, por sua vez, tem como objetivo avaliar a diversidade e as condições das biotas de microrganismos existentes nos sistemas de tratamento e a eficiência das suas atividades de degradação e depuração dos efluentes, de modo a indicar a melhor forma e o tipo de tecnologia para tratá-los. 

Esse tipo de análise também indica as substâncias contaminantes existentes nos efluentes que possam ser  prejudiciais às atividades dos microrganismos nos sistemas de tratamento, bem como aos corpos hídricos que receberão o seu descarte.  

Conclusão

Além de preservar a saúde e o meio ambiente, avaliar a qualidade dos efluentes tratados é essencial para estar em conformidade legal. Além disso, é uma etapa fundamental para garantir segurança de processos produtivos.

Por isso, é fundamental o monitoramento periódico de parâmetros por meio de análises físico-químicas e microbiológicas. Dessa forma, é possível estimar quais são as ações e o quão efetivas elas devem ser para manter a empresa dentro das exigências estabelecidas por lei. 

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