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Precisamos falar sobre a Amazônia

Famosa por sua biodiversidade e magnitude – cobre boa parte do noroeste do Brasil e se estende até a Colômbia, o Peru e outros países da América do Sul – a maior floresta tropical do mundo encontra-se ameaçada e, consequentemente, é uma das principais pautas para um apelo à nação! Precisamos falar sobre nosso ecossistema! Precisamos falar sobre a Amazônia!

Amazônia e seu conjunto de ecossistemas

Considerada como a região de maior biodiversidade do planeta e maior bioma do Brasil, a Amazônia, que não é exclusivamente brasileira, compreende um conjunto de ecossistemas que envolve bacia hidrográfica do Rio Amazonas, bem como a Floresta Amazônica. 

Sua fauna é extremamente rica e conta com mais de 30 milhões de espécies. 

No que diz respeito a sua flora, bastante diversificada, ela é constituída por ervas, árvores, arbustos, lianas e trepadeiras. Porém, cerca de 17% do seu bioma foi devastado nos últimos 50 anos.

Mas, antes de entrarmos nessa questão, precisamos salientar suas principais características e vantagens em termos desse rico patrimônio natural para nossa nação.

Principais características dessa riqueza natural

Como já mencionamos, essa riqueza natural não é exclusivamente brasileira, estendendo-se também pela Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. Considerando essa abrangência, seu bioma apresenta, aproximadamente, 6,9 milhões de km². Segundo o IBGE, só no Brasil temos 4.196.943 milhões de km2.

Sua ocupação em mais de 49% do território brasileiro está distribuída entre os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins.

A vida encontrada na Amazônia vai além da fauna e da flora, sendo ela ocupada por aproximadamente 33 milhões de habitantes, incluindo cerca de 1,6 milhão de indígenas.

Vegetação, flora e fauna

Rica em biodiversidade, abrangendo uma área de mais de 5 milhões de km², a Floresta Amazônica, abrigada pela Amazônia, conta com um número elevado de espécies animais e vegetais, sendo considerada a maior floresta tropical do mundo.

De maneira geral, sua vegetação é caracterizada por uma floresta densa e pela presença de árvores de grande porte, classificada em 3 categorias:

Mata de terra firme: caracterizadas por não haver inundações e sua vegetação ser sempre seca, uma vez que estão em altitudes mais elevadas.

Mata de igapó: vegetação localizada em terrenos de menores altitudes, sendo possível encontrar a vitória-régia, planta aquática, símbolo do bioma Amazônia.

Matas de várzea: vegetação localizada em regiões de altitudes intermediárias e que são inundadas em uma determinada época do ano. Aqui podemos encontrar árvores de até 40 metros de altura.

Um fato curioso e altamente relevante é que, em geral, sua flora apresenta um elevado potencial medicinal e econômico.

No que diz respeito à vida animal, apesar das 30 milhões de espécies existentes na floresta, estudos indicam que essa fauna ainda não é totalmente conhecida. Tucanos, araras, papagaios, macacos, onças, jacarés e peixes-boi são símbolos desse bioma o qual é composto especialmente por aves, roedores, répteis, insetos e anfíbios.

Hidrografia

Em decorrência do seu clima predominante ser equatorial úmido, com altos índices pluviométricos, a Amazônia abrange hoje a Bacia Amazônica, considerada a maior bacia hidrográfica do planeta, que ocupa mais de 7 milhões de km2

Os principais rios e suas respectivas nascentes são:

  • Rio Amazonas, com sua nascente na Cordilheira dos Andes, no Peru. 
  • Negro, o qual é considerado o maior afluente à margem esquerda do Rio Amazonas.
  • Tapajós, que nasce na divisa entre os estados do Mato Grosso, Pará e Amazonas, desaguando na margem direita do Rio Amazonas.
  • Madeiros, que nasce na Cordilheira dos Andes na Bolívia.

Desmatamento

Desmatar significa retirar a cobertura vegetal. Por si só, essa é uma prática que implica na alteração de uma área quanto a sua cobertura original e, por consequência, provoca desequilíbrio ecológico, ao colocar em risco os ecossistemas nela existentes

Infelizmente, quando falamos em Amazônia, automaticamente a palavra desmatamento vem em mente, uma vez que a dinâmica econômica está totalmente relacionada às práticas de desflorestamento. Quando a economia vai bem, aumenta-se a procura por terras para desenvolvimento de atividades econômicas. Um exemplo disso concreto foi em meados de 1995, quando, por meio do Plano Real, tivemos uma alta na economia e, consequentemente, as taxas de desmatamento subiram para cerca de 29.059 km2 de área devastada. 

A saga vem de longa data e tem seu início marcado pela década de 70 com a retirada da cobertura vegetal. Um dos contribuintes para esse fato foi a construção da Rodovia Transamazônica, realizada entre 69 e 74.

A partir desse período, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), criado na década de 1970 a fim de fazer levantamentos quanto ao desmatamento da Amazônia, o governo federal passou a subsidiar a ocupação de terras na Amazônia, explorando economicamente algumas áreas.

Durante a década de 80, com o aumento significativo do desmatamento, que passou a chamar a atenção do governo, bem como de ambientalistas preocupados com a preservação do bioma, o governo federal solicitou ao Inpe, em 1988, o desenvolvimento de um sistema que pudesse monitorar o desmatamento do bioma. Criou-se então o Projeto de Monitoramento do Desmatamento da Amazônia Legal por Satélite (Prodes).

Mesmo com a medida, segundo pesquisas realizadas na Universidade de Oklahoma pela revista científica Nature Sustainability, a Amazônia, no Brasil, já perdeu cerca de 400 mil km2 de floresta entre 2000 e 2017, o que não cessou em 2019, visto que o desmatamento atingiu níveis assustadores. 

Nesse contexto, debates entre o governo federal, diversas instituições e ambientalistas começaram a se pluralizar, colocando em xeque, inclusive, a fiscalização do governo frente ao aumento de queimadas, as quais estão associadas, não só às questões naturais, mas também às atividades humanas, como a manutenção das terras cultiváveis ou expansão das pastagens.

Para somatizar a polêmica, tivemos a decisão do governo de neutralizar o papel do Ibama mediante o Decreto 9.760, que instituiu o chamado Núcleo de Conciliação Ambiental — cujo papel seria de analisar, mudar o valor ou anular a multa aplicada pelo órgão, alegando que as fiscalizações provocam impacto negativo nas atividades do campo.

Principais causas

A partir dos anos 2000, o desmatamento passou a ter como principais responsáveis a expansão do agronegócio e o extrativismo vegetal e mineral, muitas vezes praticados de forma ilegal. A fim de tornar uma determinada área agricultável ou pasto, é necessária a retirada da cobertura vegetal, avançando assim com o desmatamento proveniente das atividades agropecuárias. Outro grande responsável pelo aumento do desflorestamento é a extração da madeira ilegal, que além de tudo, é crime! Ademais, o crescimento populacional, bem como a falta de fiscalização também são apontados como fatores responsáveis pelo desmatamento crescente. 

Consequências e conscientização

A consequência desses atos já estamos cansados de saber, mas ainda não tomamos a devida consciência do seu impacto. Desde a extinção de algumas espécies animais, alterações climáticas, aquecimento global até o empobrecimento dos solos férteis, todos indicam um alarmante desequilíbrio ecológico e colocam em risco todo um ecossistema interdependente.

Sabemos que o bioma Amazônia exerce influência no equilíbrio ambiental do mundo todo e sua preservação é indiscutivelmente essencial para que esse equilíbrio seja mantido. Vamos fazer a nossa parte e colaborar com o meio ambiente de forma consciente. Às vezes não podemos ajudar de forma direta a Amazônia, mas certamente estarmos cientes do problema e adotarmos medidas que colaborem com o planeta, já é um passo para salvarmos nosso globo.

Precisamos SEMPRE falar sobre nosso meio ambiente e, precisamos falar sobre a Amazônia, sim!